- agosto 22, 2019
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- Educação
A jornada do setor da educação até 2022
O ano de 2022 será um marco para setor. É neste ano que todas as escolas privadas e públicas vão, obrigatoriamente, absorver as reformas relacionadas à Base Nacional Comum Curricular e do Ensino Médio. No fim das contas, todos vão precisar adequar cursos, modelo de negócios e equipes para atender às novas demandas e engajar alunos e professores.
As instituições de ensino precisarão demonstrar como se articulam para ofertar educação contextualizada, com eixos flexíveis, escolhidos pelos alunos, e também como se organizam para oferecer cursos em mais de um turno, com as 3.000 horas obrigatórias para o ensino médio. Até o momento, poucos foram os passos dados para a adaptação.
Não só as Secretarias Estaduais de Educação, como também Ministério da Educação e as Secretarias de Emprego, hoje vinculadas ao Ministério da Economia, vão desenvolver ações que movimentarão milhões de reais para ofertar mais 600 horas de educação para os alunos de ensino médio e também educação contextualizada para os alunos do ensino fundamental.
A grande batalha, contudo, se dará na educação profissional de nível médio, pois os segmentos estão se estruturando e se articulando para ofertar cursos profissionalizantes que complementarão a educação no preenchimento dessas horas a mais. As IESs (Universidades, Centros Universitários e Faculdades) buscam nas portarias do MEC de nº 1717 e nº 1718, de 8 de outubro, a resposta para ofertar cursos técnicos profissionalizantes de nível médio. Já as escolas técnicas se organizam para oferecer cursos na modalidade presencial e EaD.
Ao mesmo tempo, as instituições profissionalizantes de cursos livres estão credenciando colégios ou até, no limite, comprando faculdades, presenciais e EaD. Com isso, podem oferecer cursos técnicos sem a burocracia exigida para apresentação dos projetos pedagógicos aos órgãos responsáveis, processo que pode levar mais de 12 meses.
Será um grande desafio para que os grupos atuantes do setor se mantenham competitivos e para que seja assegurada a qualidade da formação dos alunos, respeitando as novas normas, mas também as demandas da sociedade – afinal, muitas vezes a legislação não conversa com a realidade do século XXI.
Que venha o ano de 2020 com novos desafios e com oportunidades para as escolas e para as IESs. Que estas possam demonstrar suas capacidades de formação e que os alunos tenham oportunidades de desempenharem papéis no mercado de trabalho a partir de suas formações. O desafio está dado.
César Silva é Diretor-presidente da Fundação FAT e docente da FATEC há mais de 30 anos.
Artigo publicado primeiro em: Redação Tribuna