“Investimento regional na educação profissionalizante transforma a sociedade”, diz especialista

A educação profissional desempenha um papel vital no desenvolvimento econômico e social de qualquer país. A proposta do Projeto de Lei 1217/24, que visa criar o Programa Nacional de Apoio à Educação Profissional (Pronep), surge como uma oportunidade para alavancar o Brasil neste cenário.

“O projeto, ao incentivar doações dedutíveis do Imposto de Renda de indivíduos e empresas, propõe uma solução inovadora e eficiente para fomentar a educação técnica em nosso país”. É o que explica Daniel Nascimento, coordenador do Programa de Qualificação Profissional da Fundação de Apoio à Tecnologia (Fundação FAT).

O especialista esclarece que vários países já implementaram iniciativas semelhantes e colheram resultados expressivos. “A Alemanha, por exemplo, é reconhecida mundialmente pelo seu sistema de educação dual, que combina aprendizagem prática em empresas com educação teórica em instituições. Tal modelo contribuiu significativamente para a baixa taxa de desemprego juvenil do país e para a alta produtividade da sua economia. Da mesma forma, a Coreia do Sul, ao investir em educação técnica e profissional, conseguiu transformar sua economia e se posicionar como um líder global em tecnologia e inovação”, salienta.

Ele pontua ainda que, investir em educação profissional traz benefícios concretos e mensuráveis. E ressalta que regiões que aumentaram o nível de escolaridade de sua população observam melhorias significativas na segurança e na economia local.

“Estudos mostram que a elevação da escolaridade reduz a criminalidade, pois oferece mais oportunidades de emprego e renda, afastando os jovens da marginalidade. Além disso, trabalhadores mais qualificados impulsionam a economia local, gerando um ciclo de crescimento e desenvolvimento”, destaca.

Segundo Nascimento, esse movimento contribui diretamente para o desenvolvimento nacional e pode refletir positivamente no PIB ao longo dos anos. Como consequência, isso atrai investimentos e promove a inovação, elementos fundamentais para o crescimento econômico sustentável.

Para o especialista, o fato é que, muitas vezes, nos concentramos em grandes passos e ignoramos os problemas reais vivenciados no dia a dia. “Empresas de pequeno porte, como farmácias, padarias, lanchonetes e lojas, são as que mais sofrem com a escassez de mão de obra minimamente qualificada, pois estão empregando profissionais que não são capazes de fazer operações matemáticas simples ou formular frases para comunicação clara”.

De acordo com Nascimento, essas pequenas empresas costumam trabalhar com margens apertadas e sem capital para sustentar erros técnicos ou problemas relacionados ao comportamento profissional que é outra queixa comum, como a falta de compromisso, engajamento e até mesmo a linha que divide o pessoal do profissional. “Questões que são sempre abordadas em cursos técnicos profissionalizantes”, diz.

E continua: “Além dos ganhos econômicos, o investimento em educação profissional é uma questão de cidadania e responsabilidade social. A educação não deve ser vista apenas como uma responsabilidade das escolas, mas como um compromisso de toda a sociedade. Empresas, Governo e Cidadãos têm um papel crucial na construção de um futuro melhor para todos. Por meio do Pronep, as empresas podem exercer sua responsabilidade social de forma efetiva, contribuindo para a formação de cidadãos mais preparados e conscientes de seu papel na sociedade”.

Nascimento também fala que a proposta do Pronep também fortalece a transformação social, pois promove a inclusão e oferece oportunidades reais para aqueles que mais precisam. “Ao direcionar vagas para alunos com renda familiar bruta mensal per capita de até 1,5 salário-mínimo, o programa assegura que os benefícios da educação profissional alcancem as camadas mais vulneráveis da população. Esta inclusão é fundamental para reduzir desigualdades e promover a justiça social”.

Para ele, “portanto, o apoio ao Projeto de Lei 1217/24 não apenas é uma questão de interesse econômico, mas um imperativo moral. As empresas regionais devem reconhecer a importância de investir em educação profissional, pois isso não só fortalece suas próprias operações, mas também contribui para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Este investimento é um compromisso com o futuro do país, refletindo um entendimento profundo de que a educação é um pilar fundamental para a cidadania e a transformação social”.

E conclui: “A aprovação do projeto de lei é um passo necessário para garantir que o Brasil possa seguir o exemplo de países que já colhem os frutos de uma educação profissional robusta e bem estruturada. Esperamos que a proposta seja rapidamente aprovada pelas comissões e sancionada, permitindo que todos os benefícios potenciais sejam plenamente realizados”.

Publicado primeiro por BNews (https://www.bnews.com.br/noticias/economia-e-mercado/investimento-regional-na-educacao-profissionalizante-transforma-a-sociedade-afirma-especialista.html).
Por Verônica Macedo

Compliance Comunicação